sábado, 7 de dezembro de 2013

UM HOMEM CHAMADO PAZ - ROBERTO LIMA DE SOUZA.


 
ROBERTO LIMA DE SOUZA
UM REI: MANDELA

UM HOMEM CHAMADO PAZ 
- Poema à Memória Bendita de Nelson Mandela
POR  Roberto Lima de Souza 

 Um dia, a paz despojou-se das convenções humanas 
E foi nascer, de novo, vestindo pele negra, 
No hemisfério sul, no continente mais negro 
Deste mundo de meu de Deus... 

 É que a paz se cansou de ser branca no hemisfério norte,
 Onde surgiram, meu Deus, as grandes guerras, 
Embora tantos por lá tenham sempre buscado a paz, 
Tenham sempre sonhado com a paz, sempre ela, 
 Vestida de branco e sempre bela... 

 A paz, porém, naquele extremo sul, não foi reconhecida
 Porque estava vestida de negro 
E os que governavam, 
 Iguaizinhos aos homens do outro hemisfério,

 Imaginavam que ela, a paz,
 Nascesse branca, dócil e subserviente ao regime
 Que apartava os homens pelas diferenças de cor... 

 E a paz, tomando as dores da sua prima-irmã, a igualdade, 
 Precisou endurecer-se na vida para poder lutar 
E enfrentar as duras injustiças sofridas pelos seus irmãos,
 Só porque tinham a mesma cor da sua pele... 

 E porque defendia direitos iguais para os seus, 
Foi a paz considerada subversiva 
E, por longos vinte e sete anos, banida, 
Privada do convívio dos seus...

 E a paz, então, começou a cantar pela voz dos seus irmãos de cor 
E de todas as outras cores que tem o amor... 
E o seu canto foi ouvido pelo mundo inteiro, 
Do hemisfério sul ao hemisfério norte, 
Porque o canto da paz é um grito que vence o furor,
Que não teme a força bruta, que não teme mesmo a morte...

 E tão forte foi o canto da paz 
Que, um dia, num dia de muita claridade,
 Mandela, que nasceu livre,
 Reencontrou a liberdade 
E, a ela, de mãos dadas, fez esquecer a ideia de norte e sul: 
Vestiu-se com as cores todas da diversidade, 
E, entre os homens de pele branca e de pela escura, 
Passou a conviver no coração de todos 
Com o nome de fraternidade, 
Até que, um dia, foi chamado, de novo, de paz, 
Nos braços do Pai de toda a humanidade...

 Natal, 6 de dezembro de 2013.

Um comentário:

  1. Sim, a paz que envolve o homem, não tem cor nem poder humano. É o maior de todos os atributos, basta só abrir a porta do coração e deixar entrar. Lindo poema Roberto Lima. Merecida homenagem ao Mandela em seu sonho dourado de alvas plumas sobre a humanidade.

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